Relatório n.º 3/2020

Data de publicação11 Maio 2020
SeçãoSerie II
ÓrgãoSFS - Financial Services, IME, S. A.

Relatório n.º 3/2020

Sumário: Relatório de gestão e contas anuais de 2019.

Sede: Lugar do Espido, Via Norte,Maia,Capital Social 6.500.000 euros

Matriculada na Conservatória Registo Comercial sob o número único de matrícula:513 102 248

Relatório e contas 31 de dezembro de 2019

Relatório de gestão em 31 de dezembro de 2019

Introdução

O Cartão Universo manteve em 2019 as suas principais características distintivas, oferecendo-se aos clientes como um instrumento de pagamento a crédito ou a débito, que permite o acesso aos programas de fidelização das mais relevantes insígnias do grupo Sonae, a saber, do Continente, da Worten e da Sport Zone. A associação do Cartão Universo ao programa de Fidelização do Continente permite ao seu detentor usufruir de 1 % de cash-back em todas as compras (excluindo as efetuadas com modalidades de pagamento fracionadas) em qualquer estabelecimento comercial aderente à rede MasterCard, em Portugal ou no estrangeiro, e ainda de descontos até 16 cêntimos por litro no âmbito da parceria existente com a Galp.

Entre as várias funcionalidades inovadoras que o Cartão Universo introduziu em Portugal, destaca-se a possibilidade de fracionamento da transação nos pontos de venda (POS), nas ATM's, APP (aplicação mobile para Android e IOS) e site Universo, podendo os clientes escolher modalidades de fim-de-mês ou fracionar em 3, 6 ou 12 vezes sempre que efetuar uma compra, um levantamento de fundos, um pagamento ou uma transferência. Proporcionar aos clientes acesso a modalidades de pagamento adequadas ao seu orçamento familiar é uma das marcas distintivas da oferta da SFS e do Cartão Universo.

A SFS tem vindo a apostar fortemente no desenvolvimento da sua ligação digital aos clientes, elegendo a APP móvel como o principal elemento dessa estratégia. Em 2019 destacamos a introdução de múltiplas funcionalidades, como a alteração à posteriori da modalidade de pagamento escolhida no terminal de pagamento POS através da APP ou ainda a possibilidade de pedir aumentos de plafond, temporários ou definitivos, através desta aplicação, de forma simples e apenas com recurso a ela (upload de documentos).

Porque os temas de segurança são críticos nesta indústria, a SFS adotou em março de 2019 uma forma de autenticação forte nos canais digitais e exige, nas transações através da internet, uma validação especial segura, o 3D Secure da Mastercard, na sua versão mais avançada, sempre a pensar na proteção do cliente. Com possibilidade de autenticação biométrica e uma organização de funcionalidades otimizada, a APP Universo é sistematicamente classificada como excelente pela sua base de clientes.

Em janeiro de 2019 a SFS passou a desenvolver a atividade de Intermediário de Crédito. Tirando vantagem do seu conhecimento e expertise na área do crédito em geral, a SFS passou a desenvolver a função de intermediária de crédito nas insígnias Continente, Bom Dia, Wells, dr Wells, Worten, e MaxMat, todas do Grupo Sonae, através da presença física em loja de colaboradores formados especificamente para as temáticas de crédito, apoiando os clientes Universo e potenciando um melhor serviço aos clientes e as vendas em cada loja.

No ano de 2019 a SFS manteve a aposta no desenvolvimento de parcerias externas ao grupo Sonae, tendo dinamizado um protocolo importante com a Abreu, Viagens e Turismo, SA, o qual lhe permite aceder a uma base de mais de 150 lojas distribuídas em Portugal continental, as quais irão proceder à colocação de cartões Universo e à oferta de crédito a uma base de clientes distinta. A par deste, o protocolo com a Boutique dos Relógios foi também bastante dinamizado no ano de 2019.

O modelo de negócio da SFS para o cartão Universo, assente na parceria com o Banco BNPP Personal Finance, concedente e gestor das linhas de crédito associadas às contas de pagamento a crédito abertas pelos clientes junto da SFS, tem-se revelado um sucesso, permitindo ao BNPP PF expandir a sua exposição ao crédito ao consumo em Portugal e à SFS, o estabelecimento de uma relação, em nome próprio, com os clientes Universo.

Em 14 setembro de 2019 a SFS disponibilizou, a outros operadores financeiros credenciados, a infraestrutura técnica para permitir a realização de operações de iniciação de pagamentos ou de consultas de movimentos por parte dos seus clientes através de acessos por esses terceiros autorizados e de quem os nossos clientes são também clientes, cumprindo os requisitos legais da PSD2.

Em 2019 foi operada uma grande transformação na infraestrutura tecnológica da SFS, assegurando modernidade de arquitetura (com recurso extenso a WEB Services, APIs, SaaS, Cloud BC, etc.) e antecipando as exigências dos clientes para informação e serviços cada vez mais em real-time. Destacamos entre as iniciativas executadas a adoção e migração da infraestrutura de suporte a clientes para SalesForce, suportado em termos de telefonia pela solução TalkDesk e a adoção da plataforma Appian para gestão de APIs.

Em termos regulatórios, o ano de 2019 foi novamente particularmente exigente, com a necessidade de adaptar a organização ao novo enquadramento regulatório da prevenção ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, bem como a adaptação da organização às exigências de proteção de dados determinados pelo RGPD. Por último, de referir ainda neste plano do Compliance, a necessidade de adoção de uma infraestrutura de suporte para dar cumprimento às exigências de abertura das infraestruturas de prestadores de serviços como a SFS, a terceiros autorizados como PISPs (Iniciadores de Serviços de Pagamentos) e AISPs (Prestadores de serviços de agregação de informação de contas).

1 - Contexto Macroeconómico

O ano de 2019 foi marcado por níveis anormalmente elevados de incerteza decorrentes de tensões geopolíticas. As tarifas comerciais permaneceram no topo da agenda mundial, com as negociações entre os EUA e a China a terem momentos de tensão acentuada, mas a fecharem o ano com progressos significativos que levaram à assinatura da primeira fase do acordo comercial no início de 2020. As negociações entre o Reino Unido e a União Europeia também viram muitos avanços e retrocessos em 2019, mas a vitória dos Conservadores, sob a liderança de Boris Johnson, nas eleições nacionais do Reino Unido, abriu caminho para o fim do impasse no parlamento Britânico e permitiu a aprovação do Acordo de Saída no final de 2019, que resultou na saída do Reino Unido da União Europeia a 31 de janeiro de 2020. Desta forma, os desenvolvimentos no final de 2019 aliviaram a incerteza, permitindo que 2019 encerrasse numa nota positiva, refletida na melhoria do sentimento dos mercados financeiros.

Em geral, a Economia Mundial prolongou o seu abrandamento em 2019, ao registar uma taxa de crescimento de + 2.9 % (1) a mais baixa desde a Crise Financeira Mundial de 2009. Este abrandamento foi registado tanto nos Mercados Avançados como nos Mercados Emergentes e em Desenvolvimento. De facto, quase 90 % das Economias Avançadas, e 60 % dos Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, registaram níveis de crescimento do PIB inferiores em 2019. A atividade no setor industrial foi particularmente afetada por um comércio internacional desencorajador relacionado com a elevada incerteza política, levando ao enfraquecimento da produção industrial ao longo do ano. Em contraste, os serviços permaneceram amplamente resilientes, apoiados por condições de trabalho restritivas e por níveis de confiança dos consumidores relativamente elevados.

Na Zona Euro, o crescimento económico tornou-se ainda mais moderado, com o PIB real a desacelerar de + 1.9 % em 2018 para + 1.2 % (2) em 2019. As incertezas em torno do Brexit e da disputa EUA-China pioraram o contexto externo e penalizaram o comércio e o investimento. Isto foi particularmente negativo para o setor industrial Europeu, em especial para a indústria automóvel, que enfrenta também transformações estruturais tais como uma legislação mais restritiva e mudanças nas preferências dos consumidores. Em contraste, os mercados de trabalho permaneceram fortes em 2019, apoiando uma expansão sólida da procura interna. Como resultado, a taxa de desemprego caiu abaixo dos níveis pré-crise, fechando 2019 em 7.6 % (3). Na frente política, foram nomeados novos líderes para várias Instituições Europeias. No seguimento das eleições Europeias de maio, Ursula Von der Leyen foi nomeada Presidente da Comissão Europeia e Christine Lagarde, antiga Diretora Administrativa do Fundo Monetário Internacional, foi nomeada para suceder a Mario Draghi enquanto Presidente do Banco Central Europeu (BCE), abandonando o cargo ao fim de 8 anos. Numa das suas últimas decisões enquanto Presidente do BCE, Draghi introduziu outro pacote de estímulos monetários e relançou o Programa de Compra de Ativos de forma a combater os níveis teimosamente baixos de inflação, que fechou o ano de 2019 em + 1.2 % (4) (vs. + 1.8 % em 2018).

Em Portugal, o crescimento económico também desacelerou em 2019 (+ 2.0 % (5) em 2019 vs. + 2.4 % em 2018) devido ao menor vigor tanto da procura interna como da procura externa, como consequência do amadurecimento do ciclo económico e do contexto externo mais sombrio. O investimento, contudo, ganhou força em 2019, impulsionado pelo dinamismo no setor da Construção. As complicações internacionais afetaram o setor industrial e as exportações, no entanto, os serviços permaneceram resilientes. As condições do mercado de trabalho melhoraram ainda mais em 2019, apesar de a criação de emprego ter abrandado, levando a taxa de desemprego para o nível mais baixo dos últimos 18 anos, 6.6 % (6). Apesar de as condições do mercado de trabalho continuarem a apertar, as reduções do preço da energia, juntamente com algumas medidas administrativas, fizeram com que a taxa de inflação descesse para + 0.3 % em 2019 (vs. + 1.2 % em 2018).

O consumo privado manteve um ritmo robusto ao longo de 2019, embora abaixo do crescimento extraordinário registado em 2018 (+ 2.3 % (7) em 2019 vs. + 3.1 % em 2018). O...

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