Relatório 1-AV/2007, de 04 de Maio de 2007

Relatório n. 1-AV/2007

Conservatória do Registo Comercial da Maia. Matrícula n. 57 048/

20021018; identificaçáo de pessoa colectiva n. 506035034; número e data da apresentaçáo: 1859/4 de Julho de 2005.

Carlos Alberto de Moura Lourenço, primeiro-ajudante da Conservatória do Registo Comercial da Maia:

Certifica que ficou depositada na pasta respectiva, toda a documentaçáo referente à prestaçáo de contas da sociedade em epígrafe, respeitante ao exercício do ano de 2003, bom como os referentes às contas consolidadas do mesmo exercício, cuja publicaçáo integral se solicita.

Conferida, está conforme.

Conservatória do Registo Comercial da Maia, 23 de Abril de 2005. - O Primeiro Ajudante, Carlos Alberto de Moura Lourenço.

Relatório e contas de 2004 Relatório do conselho de administraçáo

Em cumprimento da Lei e dos Estatutos da sociedade vimos apresentar a VV. Ex.as o relatório e contas referentes ao exercício de 2004.

O relatório e as demonstraçóes financeiras que aqui apresentamos referem-se exclusivamente à actividade individual da sociedade, sendo os aspectos relativos à actividade das participadas, tratados em relatório próprio.

1 - Enquadramento conjuntural dos negócios

No ano de 2004 assistiu-se a uma melhoria do posicionamento da Sonae Indústria no negócio dos painéis derivados de madeira, permitindo um fortalecimento da situaçáo financeira da empresa, bem como da rentabilidade da mesma, fruto de uma melhoria significativa no desempenho operacional.

A melhoria do desempenho operacional caracterizou-se pela conjugaçáo de três factores: volumes, preços e custos.

No que respeita ao negócio dos painéis, em termos de volumes registou-se um crescimento de 12,8%, em que todas as geografias, excepto o Brasil, deram contributos positivos. A África do Sul e a Alemanha registaram crescimentos superiores a 20%, a França cerca de 18% e a Península Ibéria de 11%. Por linha de produto todos os produtos registaram crescimento de vendas com especial destaque para o OSB que teve um crescimento de 33,6%.

Em termos consolidados, o preço médio de venda cresceu 3,2%. Desde o fim de 2003 que vínhamos a assistir a uma melhoria gradual dos preços. Em meados de 2004 o preço médio consolidado ainda estava inferior ao do mesmo período de 2003, situaçáo que se inverteu durante o 2. semestre de 2004.

Do lado dos custos variáveis, globalmente, o custo da madeira foi o que teve o comportamento mais negativo fortemente influenciado peias subidas registadas no Brasil e no Canadá. Do lado dos produtos químicos, apesar dos acréscimos verificados no 2. semestre de 2004

devido à subida do preço do petróleo, em termos anuais o seu custo náo sofreu variaçáo significativa.

Do lado dos custos fixos, os programas de reduçáo de custos que têm sido implementados estáo a dar os seus frutos, verificando-se uma reduçáo de 6,7% nos custos com o pessoal e um crescimento de 4,8% nos encargos gerais. Destes custos, apesar da contabilizaçáo como fixos, há uma parte significativa mesmos que estáo directamente relacionados com a actividade, que cresceu 9,7%, o valor atingindo revela uma melhoria significativa.

Em termos dos mercados onde a empresa tem presença, o destaque vai para a Alemanha, onde o volume de vendas aumentou cerca de 20%, face ao ano de 2003, tendo a Glunz registado um resultado líquido positivo, pela primeira vez desde há 10 anos, Península Ibérica (com um aumento de 15% na produçáo de painéis de aglomerado), África do Sul (com um aumento de volume de negócios de 26% e, na fábrica de Panbult, um incremento de 13% na produçáo) e Canadá (com um crescimento de 13% no volume de negócios e, na parte produtiva, um crescimento de 20% na produçáo de placas revestidas a melamina) também se destacaram pela evoluçáo conseguida ao longo deste ano, capitalizando sobre um ano de 2003 em que o desempenho havia sido já forte.

Em França e Reino Unido houve também uma melhoria da situaçáo em termos operacionais, com a subsidiária francesa a obter em 2004 um recorde de produçáo de 1 154 300 m3, que se traduz num incremento de 17,6% face a 2003, enquanto no Reino Unido, o destaque vai para a utilizaçáo de cerca de 95% de madeira reciclada no processo produtivo, que, apesar de ter estado na origem de alguns problemas, estáo a ser tomadas medidas correctivas para os mesmos e houve uma melhoria no volume de negócios desta subsidiária de 2,5% face a 2003.

O Brasil, apesar do excesso de capacidade instalada no mercado e de um 1. semestre em que o desempenho ficou aquém das expectativas, conseguiu no 2. semestre do ano recuperar algum desse terreno, permitindo que as vendas em valor tivessem ainda crescido cerca de 10,8%. O custo da madeira e o excesso de capacidade no mercado continuam, no entanto, a ser os focos de preocupaçáo da Sonae Indústria para este país.

Perspectivas dos negócios para 2005

A chave para um negócio rentável em 2005 é a estabilidade da procura. Assistimos em 2004 à recuperaçáo dos preços dos diferentes produtos, devido, essencialmente a um aumento da procura, náo só nos mercados naturais onde a empresa actua, mas também nos mercados de exportaçáo.

Esperamos que esta estabilidade se torne realidade em 2005, náo sendo previsível qualquer aumento significativo na disponibilidade do produto, nem alteraçáo importante do ambiente competitivo no curto prazo.

Náo sáo esperadas variaçóes significativas nos preços das matérias-primas, após os aumentos no 2. semestre de 2004, a menos que algum factor exógeno e imprevisível aconteça.

2 - Envolvente económica

As principais economias mundiais evoluíram em 2004 sob indisfarçável heterogeneidade, em que um dos principais factores para este panorama é a desconfiança dos agentes económicos, por sua vez já saudosos de um clima económico liberto de perturbaçóes exógenas - trate-se de instabilidade financeira, de oscilaçóes abruptas nos preços do petróleo, ou da sucessiva eclosáo de novos focos de tensáo geopolítica. Na verdade, confirmou-se a aceleraçáo do crescimento nos Estados Unidos. O vigor, embora em ténue abrandamento, dos mercados do Japáo e da Ásia Oriental. E, na Europa Continental, uma retoma que, se já palpável, persiste em desenvolver-se sob maior lentidáo - e ainda distante de uma genuína expansáo sustentada. Náo obstante, o volume de trocas comerciais a nível mundial veio a registar em 2004 um impulso ímpar em termos históricos (9,5%, após 3,6% em 2002 e 5,1% em 2003). No mesmo tom, o crescimento do PIB mundial evoluiu de 3,5% em 2003 para cerca de 5% em 2004 - níveis todavia provavelmente irrepetíveis nos anos mais próximos, à conta da persistente incerteza global e da titubeante confiança das famílias.

A economia portuguesa emergiu da recessáo de 2003 (- 1,2%), com um crescimento real estimado entre 1% e 1,5% consentido pela ligeira recuperaçáo das exportaçóes (7,3%) e pela reanimaçáo da procura interna (1,8% face a - 2,7% em 2003). O que, no entanto, náo impediu novo passo divergente face à área do euro (crescimento de 1,8%). Embora os analistas náo deixem de assinalar sinais de abrandamento no 2. semestre - indissociáveis do efeito efemeramente induzido peia realizaçáo do Euro 2004 -, a retoma da procura interna veio funda-mentalmente a assentar na dinâmica do consumo privado e do investimento empresarial, denunciando uma sensível inflexáo do clima de expectativas junto das famílias e do sector dos negócios, cuja depressiva tendência se manifestava desde 2001. No mesmo sentido, a queda do nível de emprego terá entretanto sido estancada, reflectindo-se num aumento muito ligeiro do desemprego (6,5% em finai de ano). A tímida reanimaçáo da actividade produtiva consentiu ainda que se estreitasse o diferencial de inflaçáo face à média da área do euro. Assim, 2004 encerrou com uma inflaçáo média no consumo (IPC) de 2,4% (3,3% em 2003), realidade confirmada pelo indicador harmonizado. De toda a forma, voltou a expor-se uma das mais graves debilidades estruturais da economia, já que a melhoria da procura externa náo terá, por si só, impedido novo agravamento do défice comercial - reflexo da retoma da procura interna, da escalada de cotaçóes do crude e de uma deterioraçáo dos termos de troca externos -, o qual terá ultrapassado os 6% do PIB em 2004. Admitindo que a graduai consolidaçáo da retoma da economia nos anos mais próximos será inevitavelmente acompanhada da expansáo do consumo privado e do investimento, é largamente provável o agravamento da dependência mercantil, com contributo negativo da procura externa líquida para o crescimento. Ainda no plano estrutural, 2004 ficou assinalado por novas dificuldades de consolidaçáo das finanças públicas e da observância do Pacto de Estabilidade e Crescimento. Pelo terceiro ano consecutivo, o governo recorreu a expedientes extraordinários para minorar a amplitude do défice, num quadro de iniludíveis dificuldades de controlo e aplicaçáo de cortes em certas categorias da despesa pública, e de preocupantes sinais no plano da sustentabilidade financeira da segurança social. Com efeito, embora as receitas fiscais excedessem o inicialmente orçamentado para 2004, as despesas correntes com pensóes públicas, cresceram significativamente acima do que estava previsto. Factos que, aliás, motivam as organizaçóes internacionais a invocar a premência de vigorosas reformas na administraçáo pública, sistema fiscal e segurança social.

Num prognóstico fortemente condicionado peio ritmo das economias europeias relevantes e pela instabilidade no mercado do petróleo, admite-se que o crescimento da economia portuguesa recupere, lentamente, em 2005 (2,2%) e 2006 (2,8%) todavia posicionando-se nesse horizonte ainda aquém de um patamar consentâneo com uma significativa descida do desemprego.

Em síntese, o quadro de referência em que, a curto prazo, se desenvolverá a actividade da Sonae irá seguramente manter-se condicionado pela confiança dos agentes económicos no plano global e pela evoluçáo dos principais grandes desequilíbrios macro-económicos, ainda que, continue a ser...

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