Relatório n.º 20/2008, de 16 de Junho de 2008

Relatório n. 20/2008

Sede: Avenida de Arriaga, 73, 2., sala 211, 9000 -060 Funchal. Capital social: 124 750 000 euros.

Matriculada na Conservatória do Registo Comercial da Zona Franca da Madeira n. 01554.

Número de identificaçáo de pessoa colectiva 511073267.

Relatório de gestáo

Nos termos da lei, vimos apresentar a V. Ex.as o Relatório de Gestáo relativo ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2007.

I - Actividades

No presente exercício, a sociedade exerceu a actividade bancária universal compreendida no seu objecto social, no âmbito institucional do Centro Internacional de Negócios da Madeira.

Na Zona Euro os bons dados de crescimento náo alteram o sentido de desaceleraçáo.

Na Alemanha a procura interna parece acelerar -se graças ao melhor desempenho do consumo privado e ao investimento em bens de equipamento, o que permite compensar qualquer reduçáo do sector externo, fruto sobretudo do dinamismo das importaçóes mais do que perdas por falta de vigor das exportaçóes que se mantêm fortes. Por outro lado os elevados índices da actividade Empresarial tendem a moderar -se nos últimos meses.

Em França o crescimento económico mantém -se, apoiado no consumo privado, investimento e procura interna.

Em consonância com o ocorrido em outras grandes economias europeias os dados do crescimento económico em Itália sáo positivos, graças a alguma recuperaçáo na procura interna e a uma maior contribuiçáo do sector externo, o bom nível das exportaçóes, e a um menor impulso importador, o que facilita a reduçáo do déficit com o exterior. A evoluçáo dos preços e do desemprego assemelha -se à registada em outros países da Zona Euro.

Em Inglaterra os últimos dados de crescimento económico sáo bons se bem que se deve referir o cuidado de entidades como o Banco de Inglaterra que se preocupa, perante possíveis cenários de reduzido crescimento, antecipando os efeitos do recurso ao crédito por parte das Empresas e dos consumidores, o qual seria significativo. A taxa de desemprego mantêm -se em níveis históricos mínimos. Os preços dos bens de consumo situam -se ao nível previsto pelo Banco de Inglaterra.

A crise do sector imobiliário nos Estados Unidos converteu -se no mês de Agosto numa crise do mercado hipotecário do qual resultou uma reduçáo de liquidez nos mercados financeiros com recurso à fuga para a qualidade e aumento da aversáo ao risco. A partir do referido mês de Agosto foram iniciadas acçóes conjuntas de Bancos Centrais injectando liquidez extraordinária no Mercado Interbancário. Apesar dos riscos inflacionistas e das variaçóes das taxas de câmbio, a Reserva Federal dos Estados Unidos reduziu duas vezes a taxa de referência dos fundos federais desde o arranque da crise, colocando a taxa de juro de referência em 4,50 %. Por seu lado e devido ao risco de uma maior inflaçáo na Zona Euro o Banco Central Europeu acabou por subir a taxa de Juro Oficial no mês de Junho para os 4,00 %. Este movimento de subida foi temporariamente interrompido pela crise subprime americana. A política monetária europeia tem uma margem de actuaçáo reduzida quer pelos riscos inflacionistas quer pelas variaçóes das taxas de câmbio.

Apesar de todas as injecçóes de liquidez e reduçóes de taxas de juro por parte da Fed, o anúncio das dotaçóes por perdas extraordinárias das instituiçóes de Crédito dos Estados Unidos mantém a incerteza quanto a aumentos de preços do risco sob a forma de taxas de juro mais elevadas.

Alguns dos principais índices bolsistas alcançaram níveis máximos históricos durante os meses de Outubro e Novembro apoiados pelos bons dados macro -económicos, alheios aos problemas de liquidez do Sistema interbancário, às provisóes extraordinárias dos grandes bancos

de investimento e à manutençáo de prémios de risco em níveis elevados. Contudo, as Bolsas de valores nos últimos meses sofreram retrocessos, provocados por alguns valores financeiros, pelas tensóes nos mercados monetários, por spreads elevados, mais provisóes por falências e restriçóes ao crédito. A situaçáo actual dos mercados de renda variável é complicada. A deterioraçáo das estimativas das várias instituiçóes sobre o crescimento pressupóe um ambiente mais complicado para aumentar os benefícios empresariais; os maus resultados empresariais do terceiro trimestre, sobretudo no sector financeiro, que está reservando elevadas provisóes para cobrir as perdas nos produtos relacionados com a crise hipotecária subprime, simultaneamente com outros sectores que procederam a revisóes à reduçáo das previsóes de resultados para os próximos trimestres como por exemplo o sector imobiliário, transportes, e também tecnológico, os quais constatam todos uma desaceleraçáo dos seus negócios. Este aumento de incerteza sobre a trajectória económica mundial e o seu impacto sobre as contas de resultados das Empresas traduziu -se numa maior volatilidade das Bolsas.

As taxas de juro a longo prazo reflectem pela sua parte a diminuiçáo das expectativas de crescimento e inflaçáo. As taxas de juro a longo prazo da dívida pública intensificaram a tendência baixista que se iniciou no mês de Junho. O aumento das perdas da Banca dos Estados Unidos impulsionou uma compra de Certificados e a sua consequente queda de rendibilidade, tanto da divida pública dos Estados Unidos como da Zona Euro, convergindo ambos para cerca dos 4 % reduzindo assim o diferencial entre ambos os tipos de activos. A dívida pública a prazo de 10 anos dos Estados Unidos acabou o ano em 4,035 % o que representa uma pequena recuperaçáo desde os baixos níveis atingidos em Novembro. A queda das taxas de juro a longo prazo foi geral em todo o mundo.

Por outro lado no mercado de divisas dois acontecimentos fundamentais devem ser destacados. A desvalorizaçáo do dólar face ao Euro que alcançou em Novembro o valor máximo desde o lançamento da moeda única europeia em princípios de 1999, e a valorizaçáo do yen japonês motivada pela reduçáo das posiçóes que estavam financiadas através do endividamento com o yen como consequência da aversáo ao risco. A força do Euro face aos principais sócios comerciais, dólar, libra esterlina, yen, poderá continuar a afectar a capacidade exportadora durante os próximos meses.

Apesar das importantes variaçóes registadas nos últimos meses o petróleo resiste a abandonar a zona de máximos. Durante o mês de Novembro o petróleo de qualidade Brent alcançou máximos históricos atingindo o preço de 97,11 dólares americanos por barril. O preço do petróleo continua cerca da zona dos máximos valores, muito perto do nível psicológico de 100 dólares por barril, impulsionado entre outros factores pelas dificuldades da oferta em satisfazer uma procura em forte expansáo, a entrada no mercado de fundos de carácter mais especulativo e um prémio de risco geoestratégico associado fundamentalmente à situaçáo do Médio Oriente. O resto das matérias primas experimentou também uma alta de preços se bem que relativamente mais calma nos ultimo meses.

O crescimento económico global mantém -se sólido, graças a entre outros factores aos países emergentes que demonstram uma maior força macro -económica e mais estabilidade política que em ocasióes anteriores. A China é um dos principais contribuintes para o crescimento mundial em conjunto com a Índia e a Rússia. Este grupo de países proporcionam um crescimento da economia global que se mantém num nível de expansáo mais intenso e prolongado desde os anos setenta.

Nos Estados Unidos depois de um início de ano económico náo muito bom os últimos dados publicados sugerem melhores expectativas com uma pequena desaceleraçáo do consumo privado e com um mercado laboral que continua a mostrar bastante força. Contudo o ritmo máximo ao qual a economia pode avançar sem criar tendências inflacionistas já foi reduzido tal como constata a própria Reserva federal americana.

No Japáo a actividade económica apresenta alguma força graças ao impulso dado pelo investimento em equipamentos e pelo sector externo, com benefícios empresariais que continuam sendo elevados. Para a economia nipónica, que sofre também de uma crise imobiliária acentuada, o seu crescimento continua dependente em grande parte da exportaçáo com o sinal de fragilidade que isto pressupóe. A súbita valorizaçáo do yen está tendo a devida repercussáo na Bolsa, o que em certa medida exprime a sensibilidade da economia perante a situaçáo do sector externo. Com um crescimento económico todavia pouco robusto e com uma persistente desinflaçáo tanto o IPC mensal como o subjacente mostram -se instáveis e com retrocessos pontuais e a taxa de juro do yen mantém -se baixa apesar dos desejos da autoridade monetária japonesa.

A economia da China continua a crescer a taxas de dois dígitos destacando -se o crescimento das exportaçóes que representam já um terço da economia, e o crescimento da produçáo industrial. Por outro lado a inflaçáo continua acelerada com aumentos superiores a 8 % do IPC interanual A maior influência de uma possível desaceleraçáo americana sobre a economia chinesa terá mais reflexos na política monetária do que numa hipotética reduçáo das suas exportaçóes para os Estados Unidos.

Seguindo a política estabelecida a direcçáo do Banco, controla e acompanha aquelas actividades sujeitas a risco, através dos diferentes Comités de, Investimentos e Operacional, nas reunióes estabelecidas periodicamente. Em cada mercado que se opera, estabelece -se a predisposiçáo ao risco de forma coerente com a estratégia adoptada.

O Banco dispóe de Manuais de, Risco de Crédito, Risco de Mercado, Risco Estrutural, Risco Operacional e Risco de Compliance, nos quais detalham -se as políticas e práticas de gestáo do risco, os procedimentos e metodologia adoptada, relativos ao controlo e mediçáo do dito risco, o que permite uma gestáo adequada e eficaz do mesmo.

A Prevençáo do Branqueamento de Capitais, nas suas diferentes ramificaçóes e utilizaçóes, têm actualmente e cada dia uma maior importância no controlo do conhecimento dos canais de recepçáo do dinheiro...

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