Relatório 12-AA/2007, de 04 de Outubro de 2007
Relatório n. 12-AA/2007
Largo das Palmeiras 9, 1050-068 Lisboa
Capital social: 500 000 euros
Relatório e contas de 2006 Relatório do conselho de administraçáo
1 - Enquadramento económico
1.1 - Economia internacional
A economia mundial continuou a apresentar, em 2006, uma elevada dinâmica de crescimento, tendo o PIB apresentado uma evoluçáo de 5,1%, sobretudo em resultado do bom comportamento das economias asiáticas, destacando-se a China com um crescimento do PIB de 10,7%.
Relativamente aos principais blocos económicos, os EUA apresentaram um crescimento de 3,4%, superior quer ao Japáo (2,8%), quer à zona euro (2,6%), tendo todos eles suportado a sua evoluçáo na expansáo continuada da procura interna. De salientar que o crescimento verificado na zona euro foi o maior nos últimos seis anos. Os países europeus que se encontram fora da zona euro apresentaram uma expansáo ligeiramente acima de 5%, justificada pelo avultado investimento em infra-estruturas.
O comércio mundial acelerou para um ritmo próximo de 9%, em consequência do aumento das exportaçóes e das importaçóes entre as economias avançadas e as que se encontram em desenvolvimento, situaçáo que, no futuro, poderá vir a ser contrariada quer pelo aumento das tendências proteccionistas dos primeiros, quer pelo desenvolvimento tecnológico dos segundos.
No que respeita à evoluçáo dos preços, a zona euro foi influenciada pelo aumento do custo dos bens energéticos, tendo como consequência a manutençáo do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) em cerca de 2,2%, mais 0,2 pontos percentuais (pp.) que o objectivo de longo prazo definido pelo Banco Central Europeu (BCE), o que levou a movimentos sistemáticos de subida da taxa de juro do euro (a taxa de referência do BCE atingiu 3,5%) com efeitos na sua valorizaçáo face às restantes moedas de referência inter-nacionais.
Por seu lado, os mercados accionistas evidenciaram uma evoluçáo positiva, reagindo favoravelmente à melhoria dos resultados das empresas cotadas, o que permitiu superar o efeito negativo do aumento da taxa de juro e da manutençáo de elevados preços das matérias primas, com destaque para o do petróleo e do aço.
1.2 - Economia portuguesa
Em Portugal, a recuperaçáo da actividade económica tem sido lenta, reflectindo os desequilíbrios acumulados, em especial o aumento do endividamento do sector privado e o desequilibrio das contas do sector público, os quais se têm traduzido, quer na diminuiçáo do investimento em habitaçáo, quer na necessidade de contençáo na despesa pública e nomeadamente no investimento público.
No entanto a actividade económica nacional registou, em 2006, uma aceleraçáo face ao ano anterior, atingindo um crescimento real de 1,3%, ainda assim cerca de metade da evoluçáo registada pela zona euro, constituindo o quinto ano consecutivo de divergência face à média da Uniáo Europeia.
Contudo, ao contrário de anos anteriores, o principal contributo para o aumento da actividade económica proveio do comportamento da procura externa (1%), reflectindo o crescimento significativo das exportaçóes (8,8%) e uma evoluçáo mais moderada das importaçóes (4,3%), enquanto a procura interna evidenciou um contributo quase nulo (0,2%), decorrente quer dos decréscimos do consumo público e do investimento, quer do aumento moderado do consumo privado (1,2%). Esta evoluçáo conduziu a uma reduçáo do défice conjunto das balanças corrente e de capital, e, consequentemente, das necessidades de financiamento externas da economia, para 7,6% do PIB.
A continuada tendência de deslocalizaçáo de empresas industriais conduziu a um aumento da taxa de desemprego para um valor médio anual de 7,7%, mais 0,1% que no final de 2005.O efeito conjunto do aumento de preços dos produtos energéticos, de produtos alimentares náo processados e do aumento da taxa normal de IVA verificado em Julho/2005 (que teve impacto na evoluçáo dos preços durante o primeiro semestre de 2006), conduziu a um aumento da taxa de inflaçáo (IHPC) para 3%, superando, em cerca de 1%, quer o valor do ano anterior, quer o valor médio da zona euro.
2 - Actividade da empresa
O conselho de administraçáo manteve a sua composiçáo, sem alteraçáo, sendo constituído pelos seguintes membros:
Presidente: Carlos Luís Bessa Monteiro.
Vogais:
Miguel Torres Reis Proença Varáo;
Maria da Graça Pinto Salgado Góis Ferreira Proença Varáo.
O ano de 2006 fica marcado pela adopçáo das regras de contabilizaçáo IAS/IFRS, de acordo com as instruçóes do Banco de Portugal. Devido à natureza das operaçóes os critérios sáo idênticos aos já utilizados no PSCB do sector bancário pelo que náo houve impacto nos resultados devido à referida alteraçáo.
O ano de 2006 na sequência do ocorrido no ano anterior, foi essen-cialmente dedicado à apresentaçáo do serviço de gestáo de patrimónios de índole imobiliária, principalmente a investidores privados.
Por outro lado continuou a prestaçáo de serviços de auditoria Imobiliária, através da Deloitte, à Universidade de Lisboa, à Universidade Nova de Lisboa e à Universidade Técnica de Lisboa.
Durante o exercício de 2006 manteve-se a gestáo da carteira de imóveis dos clientes SEFI e PGL.
3 - Situaçáo económica e financeira
As principais constataçóes que se verificam na demonstraçáo de resultados, comparando os exercícios de 2005 e 2006 sáo as seguintes:
Descriçáo 2006 2005 Variaçáo
Juros e rendimentos similares .................................................................................................. - 14 337 - 14 337
Rendim. de serviços e comissóes ............................................................................................. 66 679 66 678 + 1
Gastos gerais administrativos ................................................................................................... 93 192 122 013 - 28 821
Custos com o pessoal ............................................................................................................... 9 978 20 665 - 10 687
Resultado líquido do exercício .................................................................................................. - 36 031 - 40 294 + 4 263
A empresa registou um resultado líquido negativo de 36 030,83 euros, melhorando em relaçáo a 2005 pricipalmente devido à evoluçáo dos custos com o pessoal e administrativos.
A evoluçáos das principais rubricas do balanço foi a seguinte:
Descriçáo 2006 2005 Variaçáo
Activo ...................................................................................................................................... 452 348 478 424 - 26 076
Disponibilidades ........................................................................................................................ 365 562 401 557 - 35 995
Crédito a clientes ..................................................................................................................... 55 123 42 350 + 12 773
Passivo ..................................................................................................................................... 15 674 5 719 + 9 955
Capital próprio ........................................................................................................................ 436 674 472 705 - 36 031
Verifica-se que apesar do resultado negativo do exercício a empresa continua a ter um ratio de solvabilidade muito elevado.
4 - Perspectivas para 2007
4.1 - Enquadramento macroeconómico
O principal desafio para a economia portuguesa continua a ser o saneamento das finanças públicas, estando previsto, no relatório do Orçamento de Estado para 2007 um défice de 4,6% do PIB em 2006. É fundamental a contençáo da despesa para se atingir um resultado estrutural para este défice.
Torna-se pois urgente a reforma da administraçáo pública que vai permitir diminuir os cortes no investimento público e melhorar a competividade futura.
Náo é sustentável a expansáo da economia assente na procura interna, e sobretudo no consumo privado, dado o elevado grau de endividamento das famílias e a situaçáo das finanças públicas. Apenas o fortalecimento das exportaçóes, suportado numa recuperaçáo da competivi-dade externa, e o investimento nos sectores de bens transaccionáveis de elevado valor acrescentado, permitirá a recuperaçáo gradual da economia portuguesa e a retoma do processo de convergência real em relaçáo à média da Uniáo Europeia.
As previsóes económicas do Banco de Portugal para 2007 apontam para uma aceleraçáo do ritmo de crescimento do PIB nacional que deverá atingir 1,8%, devido à recuperaçáo da procura interna, enquanto que a taxa de inflaçáo deverá reduzir-se para 2,3%, reflectindo a desaceleraçáo do preço dos bens energéticos.
De notar, contudo, que esta aceleraçáo náo será suficiente para que se atinja o valor médio da zona euro, perspectivando-se, assim, que 2007 constitua mais um ano de divergência face à média dos nossos parceiros europeus.
Por fim, cumpre referir que tendo em conta a reduzida dimensáo e o elevado grau de abertura da economia portuguesa, subsistem um conjunto de riscos passíveis de afectar as previsóes acima mencionadas, nomeadamente a evoluçáo do preço do petróleo, a possibilidade de uma correcçáo abrupta dos desequilíbrios económicos internacionais, em especial do défice externo da economia norte-americana, e uma evoluçáo das exportaçóes inferior ao esperado
4.2 - Perspectivas
Os contactos que estáo a ser desenvolvidos com entidades detentoras de importantes patrimónios imobiliários tendo em vista a oferta dos serviços da empresa, de acordo com as linhas de orientaçáo estratégica definidas, permitem perspectivar para o ano de 2007, o início de uma nova fase de desenvolvimento da actividade da empresa.
5 - Aplicaçáo de resultados
Tendo em conta o já acima mencionado resultado líquido negativo alcançado, no montante de 36 030,83 euros, propóe-se que o mesmo transite para o exercício seguinte na conta de resultados transitados.
6 - Outras referências
Ao concluir o relatório relativo ao exercício de 2006, o conselho de administraçáo expressa...
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