Relatório n.º 5/2019

Data de publicação09 Maio 2019
SectionSerie II
ÓrgãoSonae Financial Services, S. A.

Relatório n.º 5/2019

Sede: Lugar do Espido, Maia, Capital Social 6.500.000 euros

Matriculada na Conservatória Registo Comercial sob o número único de matrícula e identificação fiscal 513 102 248

Relatório e contas 31 de dezembro de 2018

Relatório de gestão

1 - Introdução

No terceiro ano de atividade após o lançamento ao público do Cartão Universo, em 29 de outubro de 2015, a Sonae Financial Services, SA ("Sonae Financial Services" ou "SFS" - Instituição de Moeda Eletrónica, inscrita junto do Banco de Portugal sob o n.º 7500) consolidou a sua posição como um dos 3 maiores emissores de cartões de crédito em Portugal. À data de 31 de dezembro de 2018, a SFS detinha uma carteira de cartões ativos de 747 mil cartões.

O ano de 2018 foi uma vez mais marcado pelo forte crescimento da base de clientes de Cartão Universo, tendo aumentado mais de 140 mil clientes, o que permitiu o aumento do volume de operações para mais de 663 milhões de euros e o número de transações autorizadas para 10,8 milhões.

O Cartão Universo é um cartão de pagamento a crédito ou a débito, que faculta o acesso aos programas de fidelização das mais relevantes insígnias do grupo Sonae, a saber, do Continente, da Worten e da Sport Zone. A associação do Cartão Universo ao programa de Fidelização do Continente permite que os clientes do cartão Universo beneficiem de 1 % cash-back em todas as compras (excluindo as efetuadas com modalidades de pagamento fracionadas, sem juros) em qualquer estabelecimento comercial aderente à rede MasterCard, em Portugal ou no estrangeiro, e ainda de descontos até 16 cêntimos por litro no âmbito da parceria existente com a Galp.

Entre as várias funcionalidades inovadoras que o Cartão Universo introduziu em Portugal, destaca-se a possibilidade de fracionamento da transação nos pontos de venda (POS), nas ATM's, APP e site Universo, podendo os clientes escolher modalidades de fim-de-mês ou fracionar em 3, 6 ou 12 vezes sempre que efetuar uma compra, um levantamento de fundos, um pagamento ou uma transferência. Proporcionar aos clientes acesso a modalidades de pagamento adequadas ao seu orçamento familiar é uma das marcas distintivas da oferta da SFS e do Cartão Universo.

O Cartão Universo foi desenvolvido em conjunto com a MasterCard Payment Transaction Services S. A., assente numa tecnológica state-of-the-art, cuja robustez e escalabilidade possibilitou a introdução em Portugal de soluções de pagamento inovadoras e distintivas para benefício dos consumidores.

O ano de 2018 foi um ano especialmente ativo na frente digital. A par da total reformulação do site Universo, a SFS lançou uma nova versão da sua APP móvel, a qual acompanhou a disponibilização da funcionalidade de pagamentos de serviços, nomeadamente, faturas e carregamentos e pagamentos ao Estado, bem como a operacionalização de transferências a partir da conta de crédito, todos com possibilidade de fracionamento da modalidade de pagamento. Com possibilidade de autenticação biométrica e uma organização de funcionalidades otimizada, a APP Universo é sistematicamente classificada como excelente pela sua base de clientes.

Ao nível dos novos serviços, a APP e o site Universo disponibilizaram em 2018 a possibilidade de simulação de crédito pessoal oferecido por parceiros e a emissão e gestão de cartões virtuais, aumentando o interesse e utilidade do site e da APP para o solucionamento das necessidades dos clientes.

A atividade da SFS foi preparada para iniciar, no arranque do ano de 2019, uma nova atividade: a de intermediária de crédito. Tirando vantagem do seu conhecimento e expertise na área do crédito em geral, a SFS passará a desenvolver a função de intermediária de crédito nas insígnias Continente, Bom Dia, Wells, dr Wells, Worten, e MaxMat, todas do Grupo Sonae, através da presença física em loja de colaboradores formados especificamente para as temáticas de crédito, apoiando os clientes Universo e potenciando as vendas de cada loja.

No ano de 2018 a SFS fez uma aposta no desenvolvimento de parcerias externas ao grupo Sonae, tendo assinado um protocolo importante com a Abreu, Viagens e Turismo, SA, o qual lhe permite aceder a uma base de mais de 150 lojas distribuídas em Portugal continental, as quais irão proceder à colocação de cartões Universo e à oferta de crédito a uma base de clientes distinta. A par deste, o protocolo com a Boutique dos Relógios foi também bastante dinamizado no ano de 2018.

O modelo de negócio da Sonae FS para o cartão Universo, assente na parceria com o Banco BNPP Personal Finance, concedente e gestor das linhas de crédito associadas às contas de pagamento a crédito, abertas pelos clientes junto da SFS, tem-se revelado um sucesso, permitindo ao BNPP PF expandir a sua exposição ao crédito ao consumo em Portugal e à SFS o estabelecimento de uma relação, em nome próprio, com os clientes Universo.

2 - Contexto Macroeconómico

O ano de 2018 ficou marcado pela incerteza e volatilidade económica, por correções nas principais bolsas de valores, por grandes flutuações no preço do petróleo e pelo agravamento de tensões geopolíticas. No ano passado, assistimos a um aumento do protecionismo, com os EUA e a China a intensificarem uma guerra comercial e a imporem, mutuamente, tarifas comerciais sobre a importação de produtos, e a contribuírem para o aumento da aversão ao risco entre os investidores.

Na Europa, a União Europeia e o Governo do Reino Unido chegaram a acordo para a saída do Reino Unido da União, mas o executivo britânico não conseguiu obter apoio parlamentar, agravando a incerteza em torno do Brexit à medida que o prazo se aproxima do fim. Por seu turno, a Comissão Europeia e o Governo italiano entraram em desacordo sobre a proposta de déficit inscrita no orçamento por subsistirem dúvidas quanto ao compromisso italiano no que respeita à consolidação das suas finanças públicas.

De modo geral, o ano ficou marcado pelo abrandamento económico, com os principais blocos a entrarem na última fase do ciclo económico expansionista. A Economia Mundial começou 2018 com uma nota positiva, impulsionada pela recuperação da indústria e comércio a nível global, mas, à medida que a confiança dos investidores perdeu vigor, também a recuperação perdeu fôlego. A crescente incerteza resultou na revisão em baixa das estimativas iniciais para o crescimento do PIB mundial, que encerrou o ano em + 3,7 %(1) (vs + 3,8 % em 2017).

Nos Estados Unidos(2), a atividade económica manteve-se dinâmica em 2018 tendo inclusivamente superado a maioria das economias desenvolvidas, com o PIB real a aumentar +2,9 %. Este crescimento sólido foi impulsionado pelos estímulos fiscais, sob a forma de cortes nos impostos (que afetam empresas e famílias) e de expansão da despesa pública. Em resultado, a taxa de desemprego caiu para 3,8 %, o valor mais baixo dos últimos 49 anos. Entretanto, a Reserva Federal passou a adotar uma política monetária mais restritiva e elevou as taxas de juro de referência quatro vezes durante o ano, com o intuito de trazer as taxas de juros para níveis considerados normais e evitar uma subida demasiado rápida dos preços. No terreno político, os Democratas recuperaram a maioria na Câmara dos Representantes e os Republicanos consolidaram o seu domínio no Senado, acentuando a divisão na política americana.

A Zona Euro(3), por outro lado, teve um comportamento dececionante em 2018 e o crescimento económico ficou aquém do esperado, refletindo uma mudança no sentimento económico. Após um forte desempenho em 2017, a atividade económica foi penalizada pelos vínculos comerciais com a China e pela nova legislação ambiental sobre os motores a diesel, que resultou em cortes na produção e na redução das exportações de veículos enquanto estes eram homologados à nova regulação. O ritmo de crescimento tem vindo gradualmente a abrandar e a taxa de crescimento a cair para a taxa de crescimento potencial, à medida que o ciclo económico amadurece. Como tal, em 2018 o crescimento real do PIB caiu de + 2,4 % em 2017 para + 1,8 %.

Finalmente, em 2018 os Mercados Emergentes seguiram a tendência global. Alguns países com desequilíbrios económicos crescentes (ex. Brasil, Argentina e Turquia) estiveram sobre pressão financeira dos investidores por não ser óbvia a sua capacidade de ajustamento ao aumento das taxas de juros dos EUA. Contudo, no final do ano as expectativas económicas melhoraram. Em contraste, a economia Chinesa(4) continuou o seu processo de abrandamento estrutural e o PIB real desacelerou para + 6,6 %, refletindo tanto o abrandamento da componente interna como da externa. Os elevados níveis de dívida parecem estar a afetar a economia que deverá ter registado a taxa de crescimento mais baixa desde 1990.

Em Portugal, a atividade económica manteve-se robusta com o PIB a crescer + 2,1 %(5,) impulsionado principalmente pela procura interna e, em particular, pelo crescimento continuado da despesa privada. O crescimento económico foi apoiado por uma melhoria gradual das condições do mercado de trabalho, que apresenta taxas sólidas de criação de emprego e o nível de desemprego mais baixo em 16 anos (7,0 %)(6). Nos últimos anos, a economia portuguesa tem beneficiado de uma melhoria da competitividade, com uma importância crescente dos setores do turismo, automóvel e imobiliário.

No entanto, o crescimento desacelerou no ano passado, refletindo uma moderação natural à medida que a economia se aproxima de uma fase mais madura do ciclo. Após um desempenho notável em 2017, o crescimento do investimento e o crescimento das exportações voltaram a níveis mais sustentáveis.

O consumo privado manteve-se particularmente dinâmico, beneficiando dos níveis elevados de confiança dos consumidores e das condições de financiamento favoráveis. De forma global, as condições de crédito ao consumo continuaram em grande parte favoráveis, com as taxas de juro a permanecerem em níveis considerados baixos. O aumento no preço dos imóveis também contribuiu para um forte efeito de riqueza, proporcionando um impulso adicional ao...

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