Relatório 1-AX/2007, de 07 de Maio de 2007

Relatório n. 1-AX/2007

Conservatória do Registo Comercial de Lisboa (1.ª Secçáo). Matrícula n. 57 825; identificaçáo de pessoa colectiva n. 501385932. data da apresentaçáo: 26 de Julho de 2002.

Alexandra Paulo Porém dos Santos, primeira-ajudante do quadro de pessoal paralelo do Município de Lisboa, afecto à Conservatória do Registo Comercial desta cidade ao abrigo do Decreto-Lei n. 26/ 2004, de 4 de Fevereiro:

Certifica, que as cópias em anexo sáo a reproduçáo integral dos documentos que foram depositados na pasta respectiva, referentes às prestaçóes de contas relativas ao exercício do ano de 2001 e à consolidadas no mesmo ano.

Está conforme o original.

Lisboa, 30 de Dezembro de 2005. - A Primeira-Ajudante, Alexandra Paulo Porém dos Santos.

Relatório e contas 2001

Relatório do conselho de administraçáo

Situaçáo económica internacional

O ano de 2001 caracterizou-se por uma forte desaceleraçáo da economia global, tendo o PIB crescido apenas cerca de 1,5% (valores para um conjunto de países que representa cerca de 90% do PIB mundial), depois de mais de 4,5% em 2000. Os trágicos acontecimentos de Setembro criaram uma brecha na confiança e agravaram a trajectória de enfraquecimento da actividade a nível internacional. Náo obstante esta conjuntura, os preços evoluíram a ritmo igual ao do ano anterior, embora com características diferenciadas nas principais zonas económicas, ao mesmo tempo que se constatou um ligeiro agravamento do desemprego mundial.

Evoluçáo do PIB (em termos reais)

Economia mundial, EUA, Eurolândia e Japáo

O maior abrandamento foi sentido na economia dos EUA, que desacelerou de 4,1% em 2000 para próximo de 1% em 2001 quando, em anos anteriores, constituíra o motor do crescimento mundial. No entanto, a recessáo técnica (dois trimestres consecutivos de crescimento negativo) parece ter sido evitada, já que no último trimestre o PIB recuperou a trajectória de crescimento, para o que muito terá contribuído a política expansionista do Fed (a taxa fed funds foi descida por 11 vezes no ano passado, de 6,5% para 1,75%).

Na Eurolândia, o PIB terá crescido 1,5% em 2001, um forte abrandamento face a 2000, num ano em que a Alemanha náo cresceu mais de 0,7% devido à forte queda na procura externa, a par de um consumo privado que amorteceu e do investimento menos dinâmico.

O Japáo, por seu lado, foi a única grande economia a experimentar uma contracçáo (de 0,5%) em 2001, pois a recessáo já estava instalada quando se deu o abrandamento a nível global. O impacto fez-se sentir na Ásia emergente, cujo produto foi também afectado pela queda do investimento em novas tecnologias nos Estados Unidos.

Entre os países emergentes, destaque para a América Latina, onde o ano de 2001 foi bastante crítico e se estima que se tenha verificado uma variaçáo negativa no PIB da regiáo, decorrente fundamentalmente da queda muito acentuada na economia argentina, que prolongou pelo terceiro ano consecutivo uma conjuntura de recessáo. Pelo contrário, o Brasil continuou a distinguir-se pela positiva, embora também tenha abrandado.

Náo obstante o menor dinamismo da actividade mundial, a inflaçáo situou-se ainda nos 3,6% a nível global, um valor igual ao de 2000. Nos Estados Unidos, o índice geral de preços desacelerou para 2,8% em 2001 e na Eurolândia, pelo contrário, a inflaçáo aumentou face ao ano anterior atingindo 2,5%. No Japáo, o cenário é diferente, pois o andamento desfavorável dos preços caracterizou-se pela permanência do quadro de deflaçáo pelo terceiro ano consecutivo em 2001, quando a queda no índice de preços foi de 0,7%, estimulando mais uma vez o adiamento sucessivo das despesas dos consumidores.

No que respeita à política monetária, o comportamento menos favorável da economia dos Estados Unidos, associado ao crescimento moderado dos preços ao longo de 2001, impulsionou a Reserva Federal norte-americana para um ciclo de política monetária expansionista - um dos mais acelerados de sempre e o mais rápido da era Greenspan - as taxas de juro desceram em 475 pontos base em apenas 12 meses, colocando assim a taxa fed funds em 1,75% no final de 2001. Por seu lado, o BCE, perante as pressóes inflacionistas que caracterizaram a zona euro sobretudo no primeiro semestre, manteve a taxa refi inalterada até Maio, quando optou por uma primeira descida de 25 pontos base para 4,5%, a única efectuada no primeiro semestre, apesar das crescentes expectativas no mercado de uma política monetária mais expansionista. Na segunda metade do ano, a política monetária tornou-se relativamente mais agressiva e o ano fechou com a taxa refi nos 3,25% (um spread de 150 pontos base face à taxa de fed funds).

Evoluçáo da taxa fed funds e da taxa refi

Taxa de inflaçáo:

Economia mundial, EUA, Eurolândia e Japáo

No Japáo, no quadro de deflaçáo e recessáo, o Banco do Japáo tornou a política monetária mais agressiva colocando a principal taxa de referência, a overnight call rate target, em praticamente 0%, medida similar que estendeu, em Setembro, à discount rate.

Quanto à evoluçáo cambial, 2001 foi mais um ano negativo para o euro, que perdeu 5,2% face ao dólar, com a cotaçáo EUR/USD abaixo de 0,90 no final de Dezembro, apesar da conjuntura mais recessivaEm 2001, a forte desaceleraçáo da economia mundial, com fortes repercussóes ao nível dos resultados das empresas, originou uma acentuada correcçáo dos mercados accionistas pelo segundo ano consecutivo. Nos Estados Unidos, mais uma vez, foi o índice Nasdaq, relativo às novas tecnologias, que maiores desvalorizaçóes apresentou, caindo cerca de 21% enquanto que, a um nível mais geral (medido pelos índices Dow Jones e S&P 500), as quedas foram mais moderadas. Até Setembro, os mercados situavam-se nos mínimos de há três anos, encetando uma recuperaçáo notável ao longo do último trimestre do ano.

Na Eurolândia, dois dos principais índices bolsistas, o DAX de Frankfurt e o CAC 40 de Paris, registaram quedas acentuadas de 20% e 22%, respectivamente, com os mínimos do ano a serem atingidos no terceiro trimestre.

A situaçáo recessiva que a economia nipónica viveu em 2001 teve um forte impacto na evoluçáo do respectivo mercado accionista, com o índice bolsista Nikkei 225 a apresentar uma desvalorizaçáo anual de aproximadamente 24%.

Uma nota final na conjuntura internacional em 2001 respeitante precisamente ao agravamento da situaçáo económica na Argentina, com fortes repercussóes políticas e sociais. A perda de competitividade da economia argentina ocorreu com a manutençáo da paridade do peso local contra o dólar norte-americano e agravou-se com a depreciaçáo do real face ao dólar. A espiral queda das exportaçóes - recuo da produçáo - queda no fluxo de entrada de divisas, com consequência no nível de massa monetária em circulaçáo, conduziu, por sua vez, a novos recuos na produçáo e levou a que o país anunciasse, por falta de recursos (divisas), um default da dívida externa, em simultâneo com pesadas restriçóes no acesso às contas bancárias de todos os agentes económicos (corralito). Em consequência destas dificuldades económicas, a paridade do peso com o dólar foi abandonada, e todas as contas bancárias e contratos em dólares foram denominados em pesos, com o anúncio já em 2002 da completa flutuaçáo da divisa face ao dólar.

Situaçáo económica nacional

No contexto de um ambiente desfavorável para a conjuntura inter-nacional, a economia portuguesa náo apresentou, em 2001, um desempenho globalmente positivo. O produto registou um andamento modesto, a inflaçáo experimentou uma aceleraçáo notória, as contas externas continuaram a verificar um défice demasiado elevado e as contas públicas evidenciaram desequilíbrios significativos. Só no mercado de trabalho a tendência náo foi negativa, com a taxa de desemprego a situar-se ao nível de pleno emprego virtual, o que, dado o menor ritmo de expansáo da actividade, induz uma perda na vertente da produtividade.

Principais indicadores económicos

(Em percentagem)

1998 1999 2000 (c) 2001

nos EUA do que na Europa, fundamentalmente porque continuaram a pesar a favor do dólar as expectativas de uma recuperaçáo mais rápida do outro lado do Atlântico. Quanto ao iene, assistiu-se a uma tendência global de depreciaçáo desta divisa quer face ao dólar, quer face ao euro, e que se cifrou numa queda em 13% face à divisa norte--americana.

Evoluçáo das cotaçóes EUR/USD e USD/JPY

Fontes. - Espírito Santo Research, Bloomberg.

Evoluçáo dos índices bolsistas

Fontes. - Espírito Santo Research, Bloomberg.

Consumo privado ........................................................................................................... 5,1 4,8 2,6 1,0

Consumo público ............................................................................................................ 3,8 4,5 2,5 1,5

Formaçáo bruta de capital fixo ...................................................................................... 12,4 7,7 4,2 0,1

Exportaçóes de bens e serviços ..................................................................................... 9,2 3,2 8,1 4,8

Importaçóes de bens e serviços ..................................................................................... 14,2 8,7 6,0 2,3

Produto interno bruto (PIB) .......................................................................................... 4,5 3,4 3,4 1,5

Balança corrente (em percentagem PIB) ...................................................................... - 6,9 - 8,3 - 10,4 - 9,7

Défice orçamental (em percentagem PIB) .................................................................... - 2,2 - 2,0 - 1,5 - 2,2

Dívida pública (em percentagem PIB) ........................................................................... 54,7 54,5 53,7 53,2

Taxa de Desemprego (em percentagem da populaçáo activa) (a) ................................ 5,0 4,4 4,0 4,1

Inflaçáo (IPC) taxa média anual (percentagem) ........................................................... 2,8 2,3 2,9 4,4

Taxas de juro (b) Curto Prazo (MMI 3 meses, percentagem)...

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