Relatório n.º 21/2008, de 23 de Junho de 2008

Relatório n. 21/2008

Sede: Avenida de António Augusto Aguiar, 130, 6., 1050 -020 Lisboa.

Registado na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa com a matrícula n. 11262.

Identificaçáo de pessoa colectiva n. 505274922.

Relatório e contas de 2007

Relatório de gestáo Apreciaçáo geral

Principais desenvolvimentos

No ano 2007 prosseguiu a melhoria das condiçóes de exploraçáo que havia sido registada em 2006, tendo o resultado líquido antes de impostos atingido os € 1,6 milhóes evidenciando assim uma taxa de crescimento de 600 % em relaçáo ao resultado obtido em 2006.

Este resultado decorre da implementaçáo da estratégia traçada para o Banco que se encontra centrada na prestaçáo de serviços de valor acrescentado aos seus clientes, nos quais se incluem naturalmente a sua Casa Máe (BAI) e os principais accionistas de referência do BAI, bem como na crescente criaçáo de sinergias entre todas as entidades do Grupo, sendo este um factor crítico na sua capacidade competitiva.

Também favorável ao desenvolvimento da actividade do Banco durante o ano de 2007, foi o contexto económico nacional em Portugal, caracterizado por alguma recuperaçáo da actividade, essencialmente induzida pelas exportaçóes de bens e de serviços, e a significativa intensificaçáo das relaçóes comerciais e económicas com a República de Angola. Até Novembro de 2007 as exportaçóes de bens para Angola tinham registado um aumento de cerca de 40 % em relaçáo ao período homólogo de 2006, depois de neste último ano ter sido já registado um crescimento superior a 50 %. A prosseguir esta tendência, Angola deverá passar a ser em 2008 o 5. parceiro comercial de Portugal, ultrapassando os Estados Unidos da América e ficando apenas atrás dos 4 grandes parceiros tradicionais, no âmbito da Uniáo Europeia, a Espanha, França, Alemanha e Reino Unido.

Neste contexto, o Banco incrementou a sua actividade creditícia, náo obstante ter mantido uma política conservadora de concessáo de crédito.

Outro acontecimento relevante no ano de 2007 foi a transferência do balcáo da Avenida da República para o edifício da Sede, onde foi criado um Centro de Empresas para atendimento especializado a empresas, o seu mercado alvo.

Ainda neste ano foi alongado, em 2 anos, a maturidade das obrigaçóes de caixa subordinadas que haviam sido emitidas pelo BAIE em Julho de 2004 pelo prazo inicial de 6 anos, o que permitiu náo só prolongar a maturidade dos recursos financeiros, mas também reforçar os fundos próprios complementares do Banco.

Demonstraçóes financeiras: alguns destaques

Apresentam -se em seguida alguns dados mais relevantes, caracterizadores da actividade em 2007.

Resultado do exercício - O BAIE registou, no final do ano, um lucro após impostos de € 1 666 720 (€ 233 425 em 2006). O expressivo crescimento dos resultados é devido, no essencial, ao aumento verificado no Produto Bancário, bem como à recuperaçáo de um crédito que se encontrava integralmente provisionado.

Note -se, contudo, que em sentido negativo pesou a constituiçáo de provisóes para risco -país, em cerca de € 625 000, referente a operaçóes com residentes na República de Angola e com a própria República de Angola, sobre as quais o Banco de Portugal impóe provisóes de 10 %, anotando -se contudo, que o BAIE considera bastante reduzido o risco de incumprimento nessas operaçóes.

Adicionalmente, os custos líquidos da desactivaçáo das instalaçóes do balcáo da Av. da República, entretanto transferido para o edifício em que funciona a sede, contabilizados no ano de 2007 cifraram -se em cerca de € 140 000.

Activo - Investimentos detidos até à maturidade - Registou -se nesta rubrica um aumento muito significativo para € 16 585 102 (€ 3 528 346 em 2006), na sua maior parte resultante do incremento do envolvimento do Banco em operaçóes de papel comercial.

Activo - Crédito a clientes - Náo obstante o Banco ter mantido a sua política conservadora de concessáo de crédito, a rubrica de crédito a clientes (náo titulado) registou um aumento de 50 %, atingindo € 35 226 936 no final de 2007. Este acréscimo é o resultado do trabalho que tem vindo a ser realizado junto de clientes, baseado numa estratégia que tem como foco principal a prestaçáo de um serviço eficaz, com qualidade e de valor acrescentado.

Rácio de solvabilidade - Este indicador, calculado de acordo com as regras prudenciais definidas pelo Banco de Portugal, evidencia uma reduçáo - 16,6 % no final de 2006, 15 % no final de 2007 - a qual é consequência do esforço de diversificaçáo dos activos que se traduziu em investimentos de risco, maturidade e rendimento superiores aos detidos no ano transacto.

Mesmo assim, verifica -se uma folga de capital regulamentar suficiente para acomodar um crescimento superior a € 100 milhóes da carteira de activos com coeficiente de ponderaçáo máximo (100 %), bem como fazer face às novas ponderaçóes de posiçóes em risco em activos e extrapatrimonais definidas pela transposiçáo do novo acordo de capital - Basileia II, as quais foram implementadas no Banco a partir de 1 de Janeiro 2008.

Perspectivas futuras

Desenha -se, para 2008, um cenário macroeconómico menos favorável, como consequência dos efeitos sobre a actividade económica dos países de mais altos rendimentos, em especial da crise que se tem manifestado nos mercados financeiros e que tem contribuído para uma reavaliaçáo generalizada dos riscos de crédito.

Embora as previsóes oficiais de crescimento náo tenham sido corrigidas em Portugal, a verdade é que existe hoje a percepçáo generalizada de que tal acabará por suceder, devendo salientar -se o facto de o FMI, no final de Janeiro, na sua mais recente revisáo das perspectivas económicas para 2008, ter reduzido a taxa de crescimento para a Zona Euro, de uma previsáo anterior de 2,1 % para 1,6 %.

Ao mesmo tempo e de certo modo a contra -ciclo, tem -se verificado nesta mesma Zona nos últimos 3 meses uma significativa aceleraçáo no crescimento dos preços no consumidor, que desde Novembro de 2007 se situa acima de 3 %, o que náo permite ao Banco Central Europeu, pelo menos nesta fase, adoptar uma política monetária mais acomodatícia.No tocante à economia angolana, as perspectivas para 2008 mostram-se muito favoráveis, com a manutençáo de um crescimento muito robusto do PIB, certamente na casa dos dois dígitos, bem como o prosseguimento de uma política orientada para a estabilidade macroeconómica e a recuperaçáo da credibilidade externa associada tanto à melhoria crescente da situaçáo financeira e cambial do País, como à completa normalizaçáo das relaçóes com os países credores no âmbito do Clube de Paris que ocorrerá em 2008.

Neste contexto, os objectivos da gestáo do BAIE continuam a apontar para um crescimento sustentado da actividade e dos resultados, mas com permanente atençáo à qualidade dos riscos assumidos, bem como à aplicaçáo de uma política de "pricing" que reflicta, com rigor e objectividade, a específica avaliaçáo desses riscos.

Continuar -se -á também a prosseguir um aprofundamento da relaçáo com a Casa Máe, na busca permanente de novas oportunidades de negócio, procurando aproveitar as naturais sinergias que advêm da presença nos dois mercados, da cada vez mais significativa posiçáo do BAI no contexto do mercado angolano e da intensificaçáo das relaçóes comerciais e económicas entre os dois Países, a qual deverá verificar -se mesmo num quadro de abrandamento económico geral.

Temos, ainda, plena consciência de que o rumo traçado para o Banco no futuro próximo continua a exigir um grande esforço da parte de todos os Colaboradores, em todos os níveis, bem como uma permanente atençáo e contençáo na gestáo dos custos de funcionamento.

Agradecimentos

Regista -se com muito apreço o esforço e dedicaçáo de todos os Colaboradores do Banco, que continuam a demonstrar grande empenho e elevada competência no desempenho das suas tarefas. O profissionalismo demonstrado por estes Colaboradores constitui importante garantia de continuidade no cumprimento dos objectivos que nos propomos realizar.

Também se regista e agradece a confiança que os Clientes têm depositado no Banco, esperando este continuar a estar à altura de lhes prestar um serviço de qualidade, em especial visando o aprofundamento das relaçóes comerciais e económicas entre Portugal e Angola.

Agradecemos ainda a continuada e frutuosa colaboraçáo recebida da Casa Máe em Luanda, cumprindo salientar que muito esperamos dessa colaboraçáo para a expansáo dos negócios com Angola.

Enquadramento macroeconómico em 2007 Apreciaçáo geral

Apesar da deterioraçáo do clima económico a que se assistiu na parte final de 2007 e que tem vindo a acentuar -se no início de 2008, a economia mundial manteve no conjunto de 2007 um elevado ritmo de crescimento, praticamente igual ao que havia sido observado em 2006, estimando -se uma variaçáo do PIB global superior a 5 % (5,2 % segundo a estimativa mais recente do Banco Mundial, utilizando o método da paridade dos poderes de compra, P.P.P., ponderaçóes de 2000).

O crescimento económico em 2007 continuou a beneficiar de uma forte expansáo do comércio internacional, que terá observado apenas uma desaceleraçáo muito ligeira em relaçáo ao ano anterior, cabendo ainda realçar que para o resultado observado foi importante o contributo das economias em desenvolvimento cujo forte ritmo de expansáo permitiu compensar a desaceleraçáo das economias desenvolvidas e de rendimento mais elevado da OCDE.

Pela positiva destacou -se o crescimento de mais de 11 % estimado para a economia chinesa e de cerca de 9 % para a Uniáo Indiana, bem como os elevados ritmos observados nas economias, dos outros países da Ásia do sul (Paquistáo, Bangladesh), em redor de 6,5 %, da América Latina, de 5,1 % e da Europa do Leste e Turquia, de 6,7 %.

No que respeita às economias dos países de mais elevados rendimentos, cumpre referir a desaceleraçáo estimada nos EUA, de 2,9 % em 2006 para 2,2 % em 2007, na área do Euro, de 2,8 % para 2,6 % e ainda no Japáo, de 2,2 % para 2,0 %. Para o...

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