Portaria n.º 618/2020

Data de publicação19 Outubro 2020
SectionSerie II
ÓrgãoCultura - Gabinete da Secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural

Portaria n.º 618/2020

Sumário: Funde e amplia as anteriores classificações, redenomina para «Igreja da Misericórdia de Abrantes, pátio do Definitório, Casa do Despacho e claustro anexo, incluindo o património móvel integrado» e altera a categoria de classificação para monumento de interesse público.

O Decreto n.º 129/77, publicado no Diário da República, 1.ª série, n.º 226, de 29 de setembro de 1977, procedeu à classificação como imóveis de interesse público da «Igreja da Misericórdia de Abrantes, incluindo seis tábuas de pinturas quinhentista e demais recheio», do «Conjunto constituído pelo pequeno claustro, incluindo a cisterna com a ferragem, a fachada do Definitório da Misericórdia e a sacristia onde está o lavabo» e da «Sala do Definitório da Misericórdia de Abrantes».

Embora não seja conhecida com exatidão a data da instituição da Misericórdia de Abrantes, sabe-se que a Irmandade foi inicialmente instalada, nos primeiros anos do século xvi, numa casa que fazia parte do conjunto do Hospital do Salvador, fundado em finais do século xv na zona do celeiro real da cidade, do qual resta ainda um dos mais completos conjuntos de talhas quatrocentistas existentes no país. O hospital foi anexado à Misericórdia em 1532, quando já decorria a construção da igreja, concluída em 1548, cronologia bem patente nas suas características estruturais maneiristas.

O templo, com fachada vazada por magnífico portal de volta perfeita de linguagem quinhentista, onde pontua um dos mais antigos baixos-relevos conhecidos representando a Senhora da Misericórdia, sofreu uma atualização estética barroca da qual resultou o retábulo em talha dourada, de estilo nacional. Apesar desta campanha decorativa, ainda se conservam nas suas paredes as notáveis tábuas que formavam o antigo retábulo quinhentista, atribuído ao denominado Mestre de Abrantes, bem como o púlpito, de meados do século xvi, e os altares laterais com telas seiscentistas do pintor abrantino Manuel Henriques. Merece ainda destaque a Tribuna dos Mesários, acessível a partir da Sala do Definitório.

O conjunto do Cartório e sala do Definitório, formando a Casa do Despacho, volta a sua frontaria para um claustro no qual se destaca a cisterna, que poderá remontar a finais do século xvi. Em torno deste pátio organizam-se igualmente os edifícios do antigo hospital, incluindo o núcleo de fundação quatrocentista e os acrescentos posteriores. O Definitório, antecedido pela sala do Cartório, compõe seguramente um dos espaços mais...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT