Portaria n.º 508/2020

Data de publicação12 Agosto 2020
SectionSerie II
ÓrgãoCultura - Gabinete da Secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural

Portaria n.º 508/2020

Sumário: Classifica como monumento de interesse público a Igreja de Santo António de Moscavide, incluindo o campanário, o adro fronteiro e o património móvel integrado, na Avenida de Moscavide e na Rua 25 de Abril, Moscavide, União das Freguesias de Moscavide e Portela, concelho de Loures, distrito de Lisboa, e fixa a respetiva zona especial de proteção (ZEP).

A Igreja de Santo António de Moscavide, projeto de João de Almeida e António de Freitas Leal (1953-56), foi a primeira igreja a ser construída, após o surgimento do MRAR (Movimento de Renovação da Arte Religiosa), primeiro ensaio do novo funcionalismo litúrgico e da sua relação com a arquitetura contemporânea. O projeto inspirou-se nas obras de Hermann Bauer (Igreja de São Miguel, em Basileia, 1950) e Emil Steffan e Igreja de São Lourenço de Munique de Siegfried Oestreicher de 1955 e incorporou a produção artística de vários autores de referência no período (Manuel Cargaleiro - azulejaria, José Escada - baldaquino, Lagoa Henriques - escultura, Madalena Cabral - paramentaria, Barata-Feyo - Crucifixo).

Apresenta soluções inovadoras, como o altar avançado, rodeado de fiéis por três lados (tendo sido o primeiro exemplar em Portugal a fazer uso de uma nova tipologia de espaço litúrgico antes ensaiada na Alemanha), batistério no eixo da igreja, balcão amplamente desenvolvido, abandono de iconografia supérflua pelo emprego de uma linguagem plástica assente na funcionalidade permanente da intenção primeira: a liturgia. A planta, embora de três naves, reduz a importância das naves laterais, reduzindo nesse espaço o número disponível para os fiéis, transpondo para o transepto a distribuição dos mesmos e dando a este uma nova função.

A par desta tentativa espacial de renovação do programa arquitetónico da igreja, fez-se ainda neste espaço uma tentativa de resolução arquitetónica de ressonância: à exceção da zona do altar (espaço sagrado por excelência), não existem demarcações vincadas de volume; claro-escuro, cor ou materiais.

A Igreja de Santo António assumiu-se, assim como um edifício vinculado ao estilo moderno e essencialmente funcionalista, extremamente sóbrio e recusando qualquer tipo de monumentalidade, numa atitude de grande humildade no que se refere à sua integração urbana. A torre sineira foi implantada isoladamente a alguns metros da fachada da igreja.

A classificação da Igreja de Santo António de Moscavide, incluindo o campanário, o adro fronteiro e o património móvel integrado...

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