Decreto n.º 9/2021

ELIhttps://data.dre.pt/eli/dec/9/2021/06/07/p/dre
Data de publicação07 Junho 2021
SectionSerie I
ÓrgãoPresidência do Conselho de Ministros

Decreto n.º 9/2021

de 7 de junho

Sumário: Classifica como monumento nacional o Seminário Maior de Coimbra, incluindo os três edifícios, os jardins e os muros envolventes, sendo-lhe atribuída a designação «monumento nacional».

O edifício principal do Seminário Maior de Coimbra, também conhecido por Seminário de Jesus, Maria e José, seus titulares, foi mandado construir pelo bispo D. Miguel de Anunciação, tendo as obras sido iniciadas em 1748, com a direção a cargo do italiano Francesco Tamossi, substituído após a sua morte pelo seu compatriota Giacomo Azzolini, e concluídas em 1765.

Trata-se de um edifício antecedido por um belo e aparatoso jardim, traçado já no século xix, com um arranjo que se deve ao bispo-conde D. Manuel Correia de Bastos Pina, que determinou igualmente a construção dos dois edifícios laterais, entre 1873 e 1880. O portão de entrada, em cantaria e ferro forjado, reproduz o do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, e os batentes de ferro, datados de 1876, são encimados pelas armas do bispo-conde D. Manuel.

Na elegante fachada principal, na secção central, correspondente à igreja, destaca-se o portal, que sobressai devido à varanda de balaústres do janelão de sacada do coro-alto. O conjunto é encimado pelo brasão do bispo fundador, D. Miguel da Anunciação, sobreposto por uma cruz adorada por dois anjos, emblema do Mosteiro de Santa Cruz, e rematado por um frontão retilíneo e elevado acima da linha dos telhados. O acesso é feito por um portão de ferro e bronze, importado de Bolonha, com um reticulado com elementos decorativos, onde sobressai um rótulo com os três monogramas «JE MA JO» (Jesus-Maria-José). Ao centro das secções laterais, marcadas por pilastras verticais que suportam um entablamento interrompido, elevam-se duas torres, uma de cada lado, constituídas por largas ventanas recortadas, com elementos decorativos do barroco do século xviii, com balaustradas, e coroadas por coruchéus.

No interior, destaca-se a igreja, de planta em octógono regular, onde se realçam a decoração dos retábulos, de mármores variados, os frescos dos tetos, obra do pintor italiano Pascoal Parente, e o órgão, concluído em 1763. Salientam-se ainda as capelas de Nossa Senhora da Anunciação e São Miguel, os aposentos do bispo, a sala que teria sido dos atos solenes, mais tarde adaptada a sala de aula, um curioso trompe-l'oeil, talvez também de Pascoal Parente, nas paredes do corredor, bem como um lavabo, este ao lado da entrada da biblioteca mais antiga, que...

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