Decreto n.º 18/2010, de 28 de Dezembro de 2010

MINISTÉRIO DA CULTURA Decreto n.º 18/2010 de 28 de Dezembro O presente decreto procede à classificação como mo- numentos nacionais da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, do edifício -sede e parque da Fundação Calouste Gulbenkian, do Jardim Botânico de Lisboa e do campo da Batalha de Aljubarrota e área envolvente.

De acordo com os critérios e os pressupostos de classi- ficação previstos na Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro, que estabelece as bases da política e do regime de protecção e valorização cultural, os bens imóveis que o Governo classifica como monumentos nacionais revestem -se de ex- cepcional interesse nacional, pelo que se torna imperativo que se lhes proporcione especial protecção e valorização, nos termos que a lei prevê. O valor científico, patrimonial e cultural de cada um dos bens ora classificados articula -se segundo critérios como autenticidade, originalidade, raridade, singularidade e exemplaridade, que se revelam expressivamente no modo como foram apropriados pelos cidadãos e na relevância simbólica que adquiriram como lugares da ciência, das artes e da memória histórica e política.

A Igreja do Sagrado Coração de Jesus é um edifício de referência no âmbito da arquitectura portuguesa do século XX , localizada nas proximidades da Avenida da Liberdade.

Prémio Valmor de Arquitectura de 1975, é uma obra dos arquitectos Nuno Teotónio Pereira e Nuno Portas, que integravam o Movimento de Renovação da Arte Reli- giosa (MRAR). Edificada na encosta ocidental da colina sobranceira à Rua de Santa Marta, a igreja inova decisiva- mente no plano da concepção do espaço litúrgico.

A nave cerimonial faz parte de um complexo paroquial que compreende espaços dedicados ao culto, cripta, capelas mortuárias, auditório, secretaria, cafetaria e ainda áreas para actividades sócio -culturais, sendo dominada pela im- ponente parede nua da cabeceira que realça o altar.

A pla- teia e os balcões dispõem -se numa espécie de anfiteatro, visando a participação dos fiéis nos actos religiosos.

A opção integradora do objecto arquitectónico na estru- tura do quarteirão foi a solução encontrada pelos autores para resolver a questão que lhes era colocada: igreja de grande capacidade versus um lote exíguo comprometido pela presença de grandes edifícios na sua envolvente, des- materializando a igreja e o corpo dos anexos em vários níveis unidos por um espaço aberto central, articulador dos acessos em socalcos, ligando as diferentes cotas da Rua de Camilo Castelo Branco e da Rua de Santa Marta, através de um percurso urbano resolvido com escala e intimidade.

O objecto arquitectónico desaparece como elemento iso- lado, dissolvendo -se na estrutura urbana do lote que se propunha completar.

Em 1962, ano em que o projecto foi escolhido, esta atitude, que...

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