Balanço n.º 1/2018

Data de publicação19 Abril 2018
SectionSerie II
ÓrgãoSonae Financial Services, S. A.

Balanço n.º 1/2018

Sede: Lugar do Espido, Maia

Capital Social 5.500.000 euros

Matriculada na Conservatória Registo Comercial sob o número único de matrícula e identificação fiscal 513 102 248

Relatório e Contas 31 de dezembro de 2017

Relatório de Gestão

1 - Introdução

O ano de 2017 foi uma vez mais marcado pelo crescimento acelerado da base de clientes de Cartão Universo e da produção, avaliada em número e valor das transações processadas. Com efeito, 2017 permitiu à Sonae Financial Services, S. A. ("Sonae Financial Services" ou "SFS" - Instituição de Moeda Eletrónica, inscrita junto do Banco de Portugal sob o n.º 7500), aumentar a sua base de negócio e produção em mais de 192 mil novos clientes e em mais de 170 milhões de euros, totalizando, respetivamente, 605 mil e 580 milhões euros no final de dezembro.

O Cartão Universo é um cartão de pagamento a crédito ou a débito, que faculta o acesso aos programas de fidelização das mais relevantes insígnias do grupo Sonae, em especial o do Continente, da Worten e da Sport Zone. A associação do Cartão Universo ao programa de Fidelização do Continente permite que os clientes do Cartão Universo beneficiem de 1 % de desconto em todas as compras (excluindo as efetuadas com modalidades de pagamento fracionadas, sem juros) em qualquer estabelecimento comercial aderente à rede MasterCard, em Portugal ou no estrangeiro, e ainda de descontos até 16 cêntimos por litro no âmbito da parceria existente com a Galp.

Entre as várias funcionalidades inovadoras que o Cartão Universo introduziu em Portugal, destaca-se a possibilidade de fracionamento nos pontos de venda (POS), podendo os clientes escolher modalidades de fim de mês ou fracionar em 3, 6 ou 12 vezes sempre que efetuar uma compra ou um levantamento de fundos. Proporcionar aos clientes acesso a modalidades de pagamento adequadas ao seu orçamento familiar é uma das marcas distintivas da oferta da SFS e do Cartão Universo.

O Cartão Universo foi desenvolvido em conjunto com a MasterCard Payment Transaction Services S. A. (anteriormente designada por Trevica), assente numa tecnológica state-of-the-art, cuja robustez e escalabilidade possibilitou a introdução em Portugal de soluções inovadoras e distintivas para benefício dos consumidores. Destacamos, de novo, o fracionamento de pagamentos em POS e o acesso a modalidades especiais de pagamento nas lojas das marcas Continente, Worten e SportZone.

Esta infraestrutura permite a disponibilização futura de serviços em plataformas digitais que proporcionarão aos clientes total domínio da sua relação com o Cartão Universo e a utilização desta plataforma de pagamento por todos os membros da família.

A criação do Cartão Universo integra-se na política de inovação da Sonae, que procura antecipar e satisfazer as necessidades dos clientes, e enquadra-se na missão da Sonae de levar os benefícios do progresso e da inovação a um número crescente de famílias.

O modelo de negócio da Sonae FS para o Cartão Universo, assente na parceria com o Banco BNP PF, concedente e gestor das linhas de crédito associadas às contas de pagamento a crédito abertas pelos clientes junto da SFS, tem-se revelado um sucesso, permitindo ao BNP PF expandir a sua exposição ao crédito ao consumo em Portugal e à SFS o estabelecimento de uma relação, em nome próprio, mas sem risco de crédito, com os clientes Universo.

2 - Contexto Macroeconómico

Pela primeira vez desde a crise financeira internacional, o crescimento da economia mundial superou as expectativas um pouco por todo o mundo. Depois de registar em 2016 a pior performance desde a recessão, o crescimento global acelerou para +3,7 % em 2017, o ritmo mais elevado desde 2011.

Globalmente, 2017 ficou marcado por uma recuperação sincronizada nas economias avançadas e emergentes, em particular com a Zona Euro e o Japão a juntarem-se ao ciclo positivo de crescimento económico. O aumento do dinamismo refletiu a forte confiança empresarial e a solidez do consumo privado, que resultaram num aumento das despesas em capital o que, por sua vez, conduziu a novos ganhos no emprego e nos salários.

Acresce que, e contrariamente ao que era esperado, o ano foi marcado por uma relativa estabilidade, já que os maiores riscos geopolíticos não se materializaram: os principais movimentos nacionalistas não conseguiram conquistar o poder na Zona Euro, a Coreia do Norte prosseguiu com as suas provocações, mas os efeitos nos mercados financeiros foram de curta duração e os impactos económicos da administração Trump foram limitados.

Nos Estados Unidos, a atividade ganhou ritmo na segunda metade do ano, à medida que os efeitos da apreciação do dólar e dos movimentos no preço do petróleo se foram dissipando. A expansão tornou-se cada vez mais abrangente, no entanto, a procura doméstica constituiu o principal impulso, à medida que o aumento da confiança empresarial, o nível muito baixo de desemprego e os ganhos salariais continuaram a suportar o consumo privado e o investimento. Globalmente, a economia cresceu em linha com as expectativas, com a taxa de crescimento do PIB a acelerar de 1,5 % em 2016 para 2,3 %.

A Zona Euro constituiu a principal surpresa positiva, com o crescimento do PIB a alcançar os +2,4 % em 2017. A atividade continuou suportada em fundamentos sólidos, nomeadamente a criação robusta de emprego, mercados de exportação em crescimento, preços do petróleo relativamente baixos, política monetária acomodatícia, melhoria das condições de financiamento e inflação subjacente contida. Acresce que, pela primeira vez desde 2011, todos os dezanove países membros registaram simultaneamente uma expansão do PIB.

Finalmente, a performance económica nos mercados emergentes também se consolidou. A China gozou de relativa estabilidade, com o crescimento a registar um nível semelhante ao de 2016 (+6,8 %), enquanto a atividade no Brasil, na Argentina e na Rússia voltou finalmente a terreno positivo (+1,1 %, +2,4 %, +1,8 %, respetivamente).

Em Portugal, a retoma ganhou finalmente força, o PIB atingiu a taxa mais elevada de crescimento desde 2000 (+2,6 %). A economia continuou a registar um superavit corrente e o défice público ficou abaixo do limite de 1,4 %. Neste contexto, o sentimento de mercado em relação a Portugal melhorou substancialmente e os spreads da dívida soberana registaram uma forte queda.

Este dinamismo acrescido, que refletiu uma melhoria generalizada tanto das condições internas como externas, foi estimulado pela forte recuperação do investimento e das exportações, a par do crescimento continuado do consumo privado. No que respeita ao mercado de trabalho, a criação de emprego registou um crescimento mais forte do que o PIB, o que levou a uma forte queda do desemprego (8,9 % contra 11,1 % em 2016).

Além disso, a recuperação económica continuou marcada pelo forte ciclo do turismo. De facto, o setor continua em forte expansão impulsionado por ganhos de competitividade e pelo aumento da insegurança em alguns destinos concorrentes, com os não residentes a contribuírem não apenas para o aumento das receitas dos hotéis e restaurantes (+16,5 % e +11,2 %), mas também a suportarem a retoma da construção relacionada com o turismo.

Neste contexto, o consumo privado em termos nominais (+3,4 %) registou um crescimento superior ao do rendimento disponível. Isto foi sustentado pelo excecional nível de confiança dos consumidores, que alcançou o nível mais elevado em cerca de 20 anos, num contexto de políticas governamentais expansivas aliadas ao forte efeito riqueza, que permitiu uma queda sem precedentes da taxa de poupança (+4,4 % de +6,0 % em 2016).

A despesa em bens duradouros permaneceu particularmente dinâmica, mas evidenciando uma clara desaceleração liderada pelas vendas de automóveis (+7,1 %) que já regressaram aos níveis pré-crise, enquanto a eletrónica (+6,4 %) beneficiou da recuperação do setor residencial. Em oposição, os gastos em bens não duradouros ganharam ímpeto, o que se refletiu na recuperação das vendas a retalho (+5,5 %), nomeadamente nas categorias não alimentares (+4,7 %), tais como vestuário (+3,8 %). No que respeita ao retalho alimentar (+4,1 %), as vendas permaneceram sólidas, beneficiando do aumento de preços no setor (+1,5 %).

Perspetivas para 2018

Em 2018, espera-se que o crescimento global acelere para +3,9 %, apoiado por uma sincronização mais forte da atividade nos países avançados e emergentes. A economia deverá permanecer suportada pelos atuais motores de crescimento, nomeadamente a forte criação de emprego, combinada com novos impulsos, tais como a retoma do comércio internacional e a recuperação do investimento empresarial. Além disso, as perspetivas para os exportadores de commodities são também mais positivas, pois é expectável que o preço deste recurso continue a tendência positiva iniciada no ano passado.

Os novos impulsos deverão mais do que compensar as forças restritivas que também se farão sentir, nomeadamente a normalização da política monetária. Não obstante, os riscos permanecem globalmente negativos, sobretudo relacionados com o aperto das condições financeiras, a recuperação da inflação, o abrandamento económico na China ou a escalada das tensões geopolíticas.

Em Portugal o cenário de curto prazo tornou-se significativamente mais sólido. O crescimento do PIB deverá desacelerar ligeiramente para +2,2 %, enquanto a economia continua a realizar uma mudança gradual orientada para um modelo de crescimento mais sustentável, suportado por exportações dinâmicas e pela recuperação do investimento, num enquadramento global favorável.

O crescimento do consumo privado em termos reais permanecerá robusto em torno de +2 % em 2018 em linha com a evolução do rendimento disponível. Com a taxa de poupança mantendo-se em níveis historicamente baixos, a despesa deverá ser suportada pela criação ainda sólida de emprego num contexto de ganhos salariais moderados.

3 - A Sonae Financial Services, SA

A Sonae Financial Services, SA é uma entidade registada junto do Banco de Portugal como instituição de...

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