Relatório 11-I/2007, de 01 de Agosto de 2007

Relatório n. 11-I/2007

Conservatória do Registo Comercial de Lisboa (1.ª Secçáo). Matrícula n. 57 825; identificaçáo de pessoa colectiva n. 501385932; data da inscriçáo: 5 de Junho de 2003.

Custódia Maria Oliveira, segunda-ajudante da Conservatória do Registo

Comercial de Lisboa (1.ª Secçáo):

Certifica que as cópias em anexo sáo a reproduçáo integral dos documentos arquivados na pasta respectiva, os documentos referentes à prestaçáo de contas, da sociedade em epígrafe do ano de 2002.

Está conforme o original.

Conservatória do Registo Comercial de Lisboa (1.ª Secçáo), 27 de

Dezembro de 2004. - A Segunda-Ajudante, Custódia Maria Oliveira.

Relatório e contas de 2002

Relatório do conselho de administraçáo

Situaçáo económica internacional

O ano 2002 foi marcado por uma frágil e moderada recuperaçáo da economia mundial, com o PIB a crescer 2,3%, depois de uma subida de 1,4% no ano anterior. Esta recuperaçáo náo foi, no entanto, extensível a todas as áreas económicas. Em particular, é de registar o abrandamento da economia da Zona Euro, em contraste com a ligeira recuperaçáo da economia dos Estados Unidos. Náo obstante o mode-rado crescimento do PIB mundial, a conjuntura económica caracterizou-se por uma quebra acentuada dos níveis de confiança dos agentes económicos. Esta evoluçáo resultou do clima de instabilidade político-militar que se seguiu ao 11 de Setembro de 2001, traduzido numa intervençáo militar norte-americana no Afeganistáo, numa constante ameaça de novas acçóes terroristas e na crescente perspectiva de uma nova guerra no Golfo. A crescente tensáo militar entre os Estados Unidos e o Iraque levou o preço do petróleo a atingir os 30 dólares por barril no final do ano.

A conjuntura económica foi também marcada por uma sucessáo de escândalos contabilísticos e financeiros, sobretudo nos Estados Unidos, os quais conduziram os principais índices bolsistas a mínimos de cinco anos. O efeito riqueza negativo associado a esta quebra dos mercados accionistas contribuiu decisivamente para o abrandamento do consumo e do investimento, quer nos Estados Unidos quer na Europa. A economia mundial foi ainda afectada pelo clima de instabilidade económica na América Latina, em particular no Brasil, Argentina e Venezuela.

Evoluçáo do PIB (em termos reais) na economia mundial, EUA, Zona Euro e Japáo em 2000-2002

Fontes. - Eurostat, FMI, Cabinet Office (Japáo).

Depois de um crescimento de 0,3% em 2001, a economia dos Estados Unidos terá crescido 2,4% em 2002. A reposiçáo de existências no primeiro trimestre, o crescimento das despesas de defesa e um comportamento muito positivo do consumo das famílias teráo sido os principais responsáveis pela aceleraçáo do crescimento do PIB numa conjuntura difícil. Para o crescimento do consumo privado contribuíram uma política orçamental expansionista e uma postura agressiva da Reserva Federal que, depois de ter descido a taxa dos fed funds por onze vezes em 2001, procedeu a um novo corte dos juros de referência em 2002, levando aquela taxa de 1,75% para 1,25% no final do ano.

Na Zona Euro, o PIB deverá ter crescido 0,8% em 2002, no que constitui um forte abrandamento face à subida de 1,4% em 2001. Para além dos factores negativos que afectaram a economia a nível global, a actividade económica na Zona Euro foi marcada por um desemprego muito elevado (8,5% em Dezembro), o qual condicionou os níveis de confiança e de despesa das famílias. Por outro lado, uma inflaçáo média de 2,2% terá impedido uma postura mais agressiva do Banco Central Europeu na descida das taxas de juro de referência. O abrandamento da economia na área do euro foi particularmente sentido na Alemanha, a qual registou um crescimento de 0,2%.

O Japáo, por seu turno, terá verificado um crescimento marginal-mente positivo (0,3%), conseguindo assim evitar a situaçáo de recessáo admitida ao longo de grande parte do ano. As exportaçóes foram o elemento mais dinâmico da procura, com o consumo privado a registar um desempenho muito moderado e o investimento a regredir face ao ano anterior. Pelo quarto ano consecutivo, os preços evidenciaram uma tendência de queda, com a taxa de inflaçáo em -0,9%.

Entre os países emergentes, o clima de extrema incerteza que caracterizou a conjuntura económica em 2002 afectou particularmente o Brasil. Nos meses que antecederam as eleiçóes presidenciais de Outubro, as dúvidas quanto às políticas económicas a adoptar pelo novo governo levaram o real a desvalorizar-se fortemente face ao dólar, tendo atingido o mínimo do ano em Outubro, com 3,94 USD/BRL. A necessidade de criar uma expectativa credível anti-inflacionista, num contexto de aceleraçáo dos preços provocada pela forte depreciaçáo do real, obrigou o banco central brasileiro a subira taxa de juro Selic de 19% para 25,5%.Na América Latina, o ano foi também marcado pela instabilidade política na Venezuela, a qual afectou o mercado petrolífero a nível global, contribuindo para a subida do preço do barril do petróleo no último trimestre do ano. Na Argentina, a actividade voltou a contrair-se, com uma variaçáo de cerca de -12% do PIB.

Numa conjuntura de excesso de capacidade e de elevados níveis de endividamento, o clima global de incerteza vivido em 2002 contribuiu decisivamente para um crescimento do PIB abaixo do potencial nas principais áreas económicas. Este facto reflectiu-se na evoluçáo dos preços, observando-se uma reduçáo das taxas de inflaçáo nas principais áreas económicas. Nos Estados Unidos, o índice geral dos preços desacelerou de 2,8% para 1,7%,em resultado do baixo crescimento da actividade e também do crescente clima de concorrência enfrentado pelas empresas. Na Zona Euro, a inflaçáo desceu de 2,5% para 2,2%, mantendo-se - apesar da apreciaçáo do euro em termos efectivos e de alguma desaceleraçáo observada nos custos com a máo-de-obra - acima do nível de referência do Banco Central Europeu.

Taxas de inflaçáo da economia mundial, EUA, Zona Euro e Japáo em 2000-2002

Fontes. - Eurostat, Bloomberg.A fragilidade da retoma da economia norte-americana e o abrandamento económico da Zona Euro, em particular da Alemanha, criaram o receio de que uma dinâmica deflacionista se pudesse vira instalar, a médio prazo, nestas áreas. Manteve-se, assim, o ciclo de política monetária expansionista que havia caracterizado o ano 2001. Nos Estados Unidos, a Reserva Federal desceu a taxa dos fed funds de 1,75% para 1,25%. Na Zona Euro, o Banco Central Europeu desceu também as taxas de juro de referência em 50 pontos base, colocando a taxa principal de refinanciamento em 2,75% no final do ano.

Evoluçáo da taxa Fed Funds e da taxa Refi

Fontes. - BCE, US Federal Reserve.

Evoluçáo dos índices bolsistas

Índice (pontos)

Fonte. - Bloomberg.

Para esta decisáo do Banco Central Europeu terá contribuído a apreciaçáo do euro ao longo de 2002, invertendo a evoluçáo negativa observada nos anos anteriores. Entre Janeiro e Dezembro, a moeda europeia apreciou-se 18% face ao dólar (no final de Dezembro, a cotaçáo EUR/USD atingiu 1,05), contribuindo assim positivamente para a contençáo dos preços, com as importaçóes de petróleo a tornarem-se mais acessíveis. A evoluçáo do euro face ao dólar foi deter-minada, essencialmente, pelo afastamento dos investidores relativamente a activos denominados em dólares devido à instabilidade político-militar que afectou os Estados Unidos e também pela crise de confiança gerada pelos escândalos contabilísticos e financeiros revelados na primeira metade do ano.

Evoluçáo das cotaçóes EUR/USD e USD/JPY

Fonte. - Bloomberg.

Ao nível dos mercados accionistas manteve-se a tendência negativa dos dois anos anteriores, com os principais índices a registarem forte desvalorizaçáo. à frágil retoma da economia americana, reflectida nos resultados das empresas e numa sucessiva revisáo em baixa das perspectivas de resultados futuros, juntaram-se os efeitos dos escândalos contabilísticos envolvendo algumas empresas de referência nos Estados Unidos, bem como os receios de novos ataques terroristas (sobretudo na primeira metade do ano) e de uma intervençáo militar norte--americana no Golfo (no final do ano). O índice Nasdaq desvalorizou-se 32%, sendo a queda dos índices gerais, Dow Jones e S&P 500 mais moderadas, com quebras de 17% e 23%; na Zona Euro, dois dos principais índices bolsistas, o DAX de Frankfurt e o CAC 40 de Paris, registaram quebras de 44% e 34%, respectivamente, com os mínimos do ano a serem atingidos também no 4. trimestre.

Situaçáo económica nacional

O ano 2002 náo constituiu um momento favorável para a economia portuguesa, náo obstante as correcçóes verificadas em alguns desequilíbrios estruturais. O Produto Interno Bruto (PIB) registou um crescimento de 0,5%, o que compara com 1,6% observado em 2001 e representa o nível de actividade económica mais baixo desde a recessáo de 1993. O comportamento da economia portuguesa resultou, fundamentalmente, da evoluçáo desfavorável da procura interna. As exportaçóes, embora sem a vitalidade de outros anos, representaram o vector mais dinâmico da procura.

O consumo privado verificou uma variaçáo modesta (0,7%), dada a deterioraçáo generalizada da confiança das famílias. A quebra dos índices de confiança decorreu, em grande medida, do aumento do desemprego, num contexto de elevados níveis de endividamento. Em 2002, o endividamento dos particulares terá crescido para um valor próximo de 100% do rendimento disponível, o que compara com pouco mais de 60% cinco anos antes. A taxa de desemprego subiu de 4,1%, em 2001, para 5,1%, em 2002. Este quadro afectou particular-mente o consumo de bens duradouros e o investimento em habitaçáo. Em termos globais, o investimento em formaçáo bruta de capital fixo observou uma contracçáo de -5,1%, após a variaçáo nula verificada em 2001.

(Em milhares de euros)

1999 2000 2001 2002E

Valores consolidados

Consumo privado ............................................................................................................ 5,1 2,6 1,2 0,7

Consumo público...

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